Mundo

17/03/2020 04:10

Família cuiabana é impedida de deixar Peru por coronavírus e pede ajuda

Pelo menos 50 cidadãos brasileiros — entre eles três pessoas de uma mesma família de Cuiabá —, estão retidos em quarentena forçada no aeroporto da cidade de Cusco, no Peru, e impedidos de retornar ao Brasil por decreto do governo do país sul-americano, que decidiu fechar as fronteiras como resposta de contenção ao contágio comunitário da Covid-19, causada pela sétima cepa do corona vírus, a se alastrar pelo mundo a partir do último trimestre de 2019.

Eles denunciaram, em vídeo compartilhado no início da noite desta segunda-feira (16), que a única solução dada pela Embaixada brasileira em Lima foi que eles próprios alugassem um ônibus a um custo de US$ 5 mil até a fronteira com o Acre e, de lá, pegassem outro ônibus ou vôo para a capital mato-grossense.

Nos posts compartilhados pelos irmãos Juliana e Fabrício Petinelli Coutinho, que viajam com a mãe, em seus perfis e stories no Instagram, os dois contam que não conseguiram qualquer espécie de apoio do consulado ou governo brasileiros, ao mesmo tempo em que pedem auxílio para todos, enquanto tentam tranquilizar amigos e demais familiares sobre como está a situação por lá, utilizando as atualizações que conseguem realizar, pois o sinal no “aeroporto está muito ruim”, conforme informaram com exclusividade ao FOLHAMAX.

“O presidente do Peru determinou o fechamento das fronteiras e, por infelicidade, não concedeu prazo para os estrangeiros saírem, a exemplo da Argentina e do Chile. O comércio está fechado, mas os supermercados estão funcionando. Hoje saímos do hotel e locamos um apto no Airbnb ao lado de um supermercado. Há um grupo de aproximadamente 3.200 brasileiros na mesma situação e estamos em contato com a embaixada. Amanhã nem táxi e Uber poderão circular, mas estamos seguros. Agradecemos pelo carinho e pela mobilização nas redes sociais, que é muito importante! Em breve estaremos em casa”, escreveu Fabrício, com um emoji de oração.

 

Em um dos vídeos compartilhados, pessoas aparecem apreensivas segurando uma bandeira do Brasil. Uma das mulheres do grupo se identifica como Vanessa e informa que tinha o próprio casamento marcado para sábado (21). “Eu já nem sei mais se vou casar, a gente não tem nenhuma informação a respeito de voos. Se eu for na Latam, vou quem sabe ser encaixada pra amanhã [terça-feira, 17], mas o aeroporto fecha à meia-noite. Qualquer ajuda pra tirar a gente daqui é bem vinda”, diz, emocionada e em prantos.

A própria Juliana, irmã de Fabrício, avisa que todo o grupo na tela — são enquadradas pelo menos 20 pessoas, algumas de máscara — está na mesma situação. “A gente precisa voltar pro nosso país. Eu mesma tenho uma cirurgia marcada pra sexta-feira (20) à tarde e também já não sei mais se vou fazê-la mais. O consulado deu a bela solução de alugarmos um ônibus por US$ 5 mil até a divisa com o Acre”, explicita.

OUTRO LADO

A reportagem tentou entrar em contato com a Embaixada do Brasil em Lima, no Peru — não há representação em Cusco — para obter informações oficiais sobre as providências estatais. O assessor de imprensa em plantão no Ministério das Relações Exteriores informou que há hoje 3.730 brasileiros em situação idêntica ao grupo de cuiabanos devido ao decreto do governo peruano.

Também enviou a seguinte nota à redação:

"Informamos que a Embaixada do Brasil em Lima está ciente da situação e em contato frequente com todos os cidadãos brasileiros que a procuraram reportando eventuais dificuldades de deslocamento, buscando repassar-lhes informações relativas a limitação de movimentação. A Embaixada do Brasil em Lima continua fazendo gestões junto ao governo peruano e empresas de transporte para, na medida do possível, tentar apoiar o retorno dos turistas.

De acordo com o serviço de migrações do governo peruano, há hoje 3.770 turistas brasileiros naquele país. Lembramos que, desde ontem, está em vigor no Peru estado de emergência e também uma quarentena determinada pelo governo.

Tendo em vista tratar-se de uma crise global, recomenda-se ao cidadão brasileiro obedecer estritamente as orientações das autoridades do país onde se encontram.

As embaixada e/ou consulados responsáveis seguem à disposição dos cidadãos brasileiros que necessitem e procurarão prestar toda a assistência consular possível".

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