Cidades

09/03/2020 07:17

História de superação e recomeço inicia série de homenagens no mês dedicado às mulheres

Programa Qualifica 300 fez história na vida de Terezinha que mediante a tantas lutas conseguiu conquistar independência

A Prefeitura de Cuiabá, via Secretaria Municipal de Comunicação, com indicação da futura Secretaria Municipal da Mulher, conta a histórias de mulheres cuiabanas que tiveram as vidas impactadas graças  a  ações e programas específicos direcionados à mulher. Idealizado pela primeira-dama Márcia Pinheiro, o Qualifica Cuiabá 300, é uma dessas ferramentas de transformação social. A iniciativa  oportuniza  empreender e auxilia à formação profissional. A primeira-dama destaca que a gestão Emanuel Pinheiro destina atenção especial para as mulheres cuiabanas. O mês de março, em especial, é palco de uma série de atividades de promoção ao empoderamento feminino. Ela pontua que a criação de uma rede que se traduza em uma política eficaz na defesa dos direitos será reforçada com a Secretaria Municipal da Mulher, criada com a minirreforma administrativa na gestão.   

Terezinha Moreira, 44 anos, sempre foi uma apaixonada pela cozinha e, especial pela panificação. Com carinho e paciência, ele sempre se colocou à disposição dos filhos e netos a produção de quitutes  e sonhava com a oportunidade de se especializar  e, mudar de vida. Mesmo sabendo do Programa Qualifica 300, os horários não coincidiam com a rotina de trabalho. Ela conta que chegou a chorar algumas vezes por não poder participar do programa.

Até que no ano passado, quando foi ao Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do bairro Getúlio Vargas, e ficou sabendo que novamente seria realizado naquela unidade o Programa Qualifica. Dessa forma, ela teria o tão esperado curso de padaria. “Na hora em que a coordenadora me comunicou do curso e eu vi que o meu horário me permitiria fazer...e eu comecei a chorar de emoção. Essa emoção foi até o dia em que eu peguei meu diploma”, relembra.

Segundo Terezinha, as dificuldades enfrentadas por ela para chegar a realizar este curso sempre foram imensas e, muitas vezes,  mesmo amando a panificação ela chegoua cogitar desistir.  Recorda, em meio as lágrimas, que sofreu violência doméstica do ex-marido, chegando a perder a visão do olho esquerdo. “Muitas pessoas do curso não sabiam que eu não enxergo do olho esquerdo, meu ex me bateu e eu tive deslocamento de retina, perdi a visão e foi irreversível”, lamenta.

Porém, mesmo diante a tamanha violência Terezinha conseguiu se libertar do agressor e foi perseguir os seus sonhos e sua independência financeira. Ao receber o certificado do curso, teve a certeza de que cumpria uma de suas metas. 

Durante o Qualifica Terezinha destaca que conseguia vender os pães e ter uma renda extra no fim do mês, que ajudava a comprar gás, pagar água, luz, com isso conseguiu uma clientela fixa, que permaneceu depois que ela finalizou a qualificação. “Participar deste programa foi uma oportunidade que jamais pensei que iria ter, não tinha condições de pagar um curso e a primeira-dama Márcia Pinheiro com a sensibilidade dela, fez com que eu pudesse me especializar”, afirma Terezinha.

Atualmente,  Terezinha não está produzindo pães, pois o destino outra vez lhe pregou uma peça. Em fevereiro devido ao excesso de chuvas que aconteceu na capital, a casa foi alagada e ela acabou perdendo tudo, desde roupas pessoal até eletrodomésticos, dentre eles o fogão. “Eu não tenho condições de mandar arrumar o forno, mas assim que conseguir me reerguer, comprar panela, garfo, prato e outras coisas que perdi na chuva, quero voltar com a graça de Deus a vender meus pães e quem sabe um dia me tornar uma profissional, que consegue sobreviver apenas de panificação”, explica.

Para finalizar Terezinha deixa um recado para todas as mulheres que passam por dificuldades. “Todas as oportunidades que surgirem temos que acolher, não importa se você é portador de alguma necessidade especial ou se você vive em um relacionamento abusivo. A independência financeira é o começo para lutar e crescer na vida. Se eu consegui em meio a minha limitação da visão e da violência doméstica, você também mulher consegue”, finaliza.

 


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