Politica

21/06/2018 08:32

Estados apresentam ações de vigilância sanitária na fronteira com países do Cone Sul

A agenda de trabalhos e discussões do segundo dia da 1ª Reunião do Bloco V do Plano Estratégico 2017-2026 do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa, realizado nesta quarta-feira (20.06) no Palácio Paiaguás em Cuiabá, foi aberta com a apresentação do Plano Estratégico, conduzida por Plínio Leite Lopes, do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (DSA/Mapa).

Na sequência, o painel “Características geográficas e estruturais das fronteiras da região com os impactos na transição de status sanitário”, onde foi apresentada a organização e delimitação da zona para transição, e os estados integrantes do Bloco V - Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina - puderam apresentar suas ações e particularidades nas áreas de fronteira com a Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai.

Juntos, os estados do Bloco V somam um rebanho bovídeo (bovino e bubalino) de cerca de 80 milhões de cabeças, além da expressiva produção de suínos e aves. Os representantes dos serviços veterinários estaduais demonstraram os trabalhos de vigilância, estrutura física, veículos, capacidade de pessoal da área técnica e administrativa, delimitações das áreas de fronteira, barreiras naturais, fiscalizações, barreiras sanitárias e ainda dados quanto à movimentação de animais na região de fronteira.

Para a presidente do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT), Daniella Bueno, foi de extrema importância conhecer como os estados do bloco trabalham as suas fronteiras internacionais. “Essa integração com os demais estados é uma das propostas do Ministério da Agricultura, justamente para que juntos possamos nivelar nossas ações, observando as particularidades de cada estado. Com as apresentações pudemos ter um conhecimento global de todas as atividades que são executadas nas fronteiras do bloco”. Em outubro deste ano, o Ministério da Agricultura realizará um encontro com todos para tratar sobre fronteira.

Os representantes dos fundos públicos e privados tiveram a oportunidade de falar sobre as ações desenvolvidas, e quais as contribuições para a defesa agropecuária, no painel “O papel colaborativo dos fundos na execução do Plano Estratégico do PNEFA”, em que ficou evidente que os fundos privados estão realizando não só investimentos na defesa agropecuária em infraestrutura e em capacitação, mas também no custeio dos órgãos, o que não é considerado o ideal, mas que frente às dificuldades econômicas enfrentadas, isso tem ocorrido com frequência.

A gestora do Indea destacou a participação maciça do setor produtivo mato-grossense nas discussões. “As discussões referente aos fundos foi de extrema importância, onde pudemos conhecer os modelos implementados nos outros estados, suas experiências, sucessos e insucessos. Pudemos observar que nos estados em que existe fundo público, este tem sido fundamental para custeio dos órgãos de defesa estaduais”.

América do Sul

A última apresentação foi do coordenador da Área de Febre Aftosa do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (PANAFTOSA-OPS/OMS), Alejandro Rivera, sobre as perspectivas de evolução regional para o status de livre de febre aftosa sem vacinação e cumprimento da última etapa do Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (Phefa). Segundo a apresentação de Rivera, dos 13 países que fazem parte da Comissão Sul-Americana para a Luta Contra a Febre Aftosa (Cosalfa) - Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname, Venezuela e Uruguai -, a Venezuela é a área de risco que precisa ser mitigada.

“Realizamos uma missão técnica em junho deste ano, e o problema da Venezuela, do ponto de vista epidemiológico não é complexo. Existe dificuldade quanto a gestão, a relação entre setor público e privado, mas temos que trabalhar acima de todas essas questões. É um trabalho que deve ser executado com a cooperação técnica dos países para mitigarmos o risco, e é preciso darmos início o mais rápido possível”, pontuou Rivera.

Plano Estratégico

O Plano Estratégico 2017-2026 do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA) tem como objetivo principal criar e manter condições sustentáveis para garantir o status de país livre da febre aftosa e ampliar as zonas livres de febre aftosa sem vacinação, protegendo o patrimônio pecuário nacional e gerando o máximo de benefícios aos atores envolvidos e à sociedade brasileira, e de formar organizada e sustentável, consolidar a condição sanitária conquistada para febre aftosa com o fortalecimento da vigilância para doenças vesiculares.

O Plano Estratégico está alinhado com o Código Sanitário para os Animais Terrestres, da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), e as diretrizes do Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (Phefa), em prol também da erradicação da doença na América do Sul.

Os estados brasileiros foram divididos em cinco blocos pecuários para que seja feita a transição de área livre da aftosa com vacinação para sem vacinação. Integram o Bloco I, Acre e Rondônia; o Bloco II: Amazonas, Amapá, Pará e Roraima; o Bloco III: Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte; Bloco IV: Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe e Tocantins, e; Bloco V: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.


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