Policial

04/06/2019 19:49

Delegado afirma que recolhedor >confessou e delatou> participação em jogo do bicho

O delegado Flavio Stringueta, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) da Polícia Judiciária Civil, afirmou na tarde desta terça-feira (4), que João Henrique Sales de Souza, apontado como um dos recolhedores da FMC Ello, e depois como criador da ‘Pirâmide’, terceira organização, confessou sua participação e delatou outras pessoas. Ele foi ouvido nesta tarde.

“De hoje a maioria está mantendo o silêncio, é um direito constitucional, e apenas um que resolveu falar e o depoimento ainda está sendo concluído, não tenho como adiantar alguma coisa que ele falou. O João Henrique da FMC”, afirmou Stringueta à imprensa.
Além de João Henrique, foram interrogados nesta tarde Bruno Almeida dos Reis, Alexsandro Correia, Giovanni Zem Rodrigues, Mariano Oliveira e Marcelo Gomes Honorato, mas todos permaneceram em silêncio. Frederico Muller Coutinho será ouvido na quarta-feira (5) na Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), e João Arcanjo Ribeiro na quinta-feira (6), na GCCO. 
A terceira organização criminosa, intitulada Pirâmide, atuava além dos grupos supostamente lideradas por João Arcano Ribeiro e Frederico Muller Coutinho, apontados inicialmente como concorrentes.  Conforme informações contidas na decisão que autorizou a Operação Mantus, as investigações apontaram com fartas provas a existência de duas organizações operando jogos do bicho e lavagem de dinheiro. A Ello (FMC), ligada a Frederico e a Colibri, ligada a João Arcanjo Ribeiro. 
 
O terceiro grupo surge vinculado ao nome de João Henrique Sales de Souza. O personagem inicialmente trabalhou como “recolhedor” da Ello (FMF). Porém, segundo informações do processo, João deixou a empresa e abriu o próprio negócio, cooptando clientes da antiga organização e realizando o recolhimento do dinheiro.
Rosalvo Ramos de Oliveira, antigo “supervisor” da Ello (FMC), também pediu demissão para trabalhar com o novo grupo. Ele é apontado como sócio de João Henrique Sales. Boletim de ocorrência serve como prova da terceira organização criminosa.
Ainda segundo o delegado, os ‘funcionários’ das organizações criminosas recebiam muito pouco. “Ele [João Henrique] confessou que ele fazia parte da organização criminosa na medida da sua culpa. Só quem ganhava dinheiro com o jogo do bicho eram os donos das empresas, os outros ganhavam uma merreca pra sobreviver. Tem os custos, a lavagem de dinheiro... então eles oferecem uma porcentagem pequena pra quem trabalha na ponta. Como gerente de Rondonópolis, por exemplo, uma cidade como aquela, ganhava em torno de R$5 mil. Acho que só fazia isso pra não morrer de fome”, afirmou.
Provas
 

Mesmo com os apontamentos da polícia, o terceiro grupo criminoso não foi formalmente denunciado. As investigações não se aprofundaram com capacidade para demonstrar que o duelo pelo jogo do bicho em Mato Grosso, aparentemente travado por Frederico e Arcanjo, na verdade trazia ainda um terceira via.
 
“Como bem ressaltou a autoridade policial, apesar de se ter vislumbrado no decorrer das investigações a existência de uma possível terceira organização criminosa, formada, em tese, por João Henrique Sales de Souza, Rosalvo Ramos de Oliveir, tem-se que as provas até agora colhidas são insuficientes”, afirmou Jorge Tadeu em sua decisão.
 
Prisões
 
Mesmo sem provas concretas sobre a existência do terceiro grupo, denominado Pirâmide, João Henrique e Rosalvo foram alvos de prisões em consequência dos supostos crimes cometidos enquanto trabalhavam para Frederico Muller Coutinho.
A operação
A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Fazenda e Crimes Contra a Administração Pública (Defaz) e da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), deflagrou na manhã desta quarta a Operação Mantus, com o escopo de prender duas organizações criminosas envolvidas com lavagem de dinheiro e com a contravenção penal denominada jogo do bicho.
 
A operação visou dar cumprimento a 63 mandados judiciais, sendo 33 de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão domiciliar, expedidos justamente pelo juiz da 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, Jorge Luiz Tadeu.
As investigações iniciaram em agosto de 2017, descortinando duas organizações criminosas que comandam o jogo do bicho em Mato Grosso. Ambas movimentaram em um ano, apenas em contas bancárias, mais de R$ 20 milhões.


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