Economia

05/01/2022 21:12

Montadoras ganham tempo para concluir produção de carros mais poluentes.

Redação:GD

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deu mais três meses para as montadoras finalizarem carros cuja produção não seria mais aceita neste ano em razão dos novos limites de emissão do Proconve, o programa que visa reduzir a poluição lançada à atmosfera pelos veículos.

O adiamento atende a pedido das montadoras, representadas pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que vinham apontando dificuldade de concluir a produção dentro do prazo do programa diante da falta de peças, sobretudo componentes eletrônicos - um problema global -, nas linhas de montagem.

 

Leia também - Tarifa social de energia deve beneficiar 20 milhões de famílias em 2022

 

 A escassez mundial de chips, produzidos na Ásia, afeta fabricantes de todos os setores ligados de alguma forma à tecnologia, mas teve efeito particulamente pronunciado nas montadoras de veículos. No Brasil, General Motors, Volkswagen, Fiat, Honda, Toyota e outras montadoras precisaram paralisar a produção em algum momento desde 2020. Além da falta de componentes, o setor enfrenta também uma escalada dos preços do frete marítimo, uma das consequências da pandemia de covid-19. Com isso, montadoras reduziram o ritmo de produção e os preços dos veículos novos dispararam.

 

Apesar dos argumentos contrários colocados pelo Ministério Público de que a transição à nova fase do Proconve era conhecida há três anos, de forma que as montadoras poderiam ter se antecipado nesse período, o Ibama abriu exceção aos carros que, por falta de componentes específicos, não tiveram produção concluída até o último dia de 2021.

 

Nesses casos, a indústria poderá finalizar os automóveis até 31 de março, com venda deles liberada nos três meses seguintes - ou seja, até o fim de junho.

 

Como a confirmação do novo prazo só veio na última quinta-feira, com a publicação da instrução normativa do Ibama, montadoras com disponibilidade de peças correram para finalizar carros incompletos na reta final de 2021, adiando em alguns casos o recesso de fim de ano nas fábricas.

 

A produção do setor no mês passado só será revelada na sexta-feira pela Anfavea. Em novembro, a montagem de veículos, já refletindo essa corrida contra o tempo, foi, até agora, a maior do ano passado, com 206 mil unidades fabricadas, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus.

 

Apesar de a nova regra ambiental ter entrado em vigor em 2022, outra mudança prevista para o ano foi adiada após argumentação das montadoras: a exigência de itens de segurança como o controle eletrônico de estabilidade, que ajuda a evitar derrapagem dos veículos. A norma foi adiada pelo governo para 2024, após pedidos da Anfavea. A justificativa foi a falta de tempo hábil para o desenvolvimento de novas tecnologias de segurança para os veículos.

 


Copyright  - Batatinha News  - Todos os direitos reservados


Plantão

Fone (65)99971-1708