Cultura

28/01/2022 13:45

Audiotur com experiência imersiva pelo Centro Histórico de Cuiabá homenageia Dunga Rodrigues

Fonte:GD

Que tal um passeio guiado por pontos históricos de Cuiabá, sem custo, cheio de emoções e no dia e hora que achar melhor? A idealização de um audiotur pelo Centro Histórico de Cuiabá foi uma escolha criativa do Grupo Tibanaré, para homenagear, in memoriam, uma das mais célebres ativistas culturais de Mato Grosso, Dunga Rodrigues.


Essa é a proposta do projeto “Experiências Sensoriais”, aprovado no edital Mestres da Cultura de Mato Grosso, realizado pelo Governo de Mato Grosso, via Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT). O aplicativo “Passeio Sonoro” estará disponível a partir do dia 29/01/22, às 12h, na Play Store (Android) e App Store (IOS).
Maria Benedita Deschamps Rodrigues, nome de batismo, foi professora, musicista, historiadora e escritora. Na perspectiva da literatura, teve como um dos seus principais focos, o registro da história oral da capital mato-grossense.

O que será que diria Dunga ao saber que seus livros inspiraram a criação de um aplicativo? E ainda, que os registros de narrativas que foram repassadas de gerações em gerações e salvaguardadas em sua obra chegam aos novos tempos recriadas e adaptadas a um cenário de uma implacável pandemia?


Produtora executiva do projeto “Experiências Sensoriais – Dunga Rodrigues”, Fernanda Gandes conta que justamente por conta da situação pandêmica, a equipe optou por liberar por ora, apenas a visitação individual. Como o app fica ativo por 12 meses, espera-se que os atores que interpretaram os personagens, também possam integrar um tour presencial, aos moldes de outro projeto do repertório do Tibanaré, o inesquecível Passeio Noturno.


“E além disso, é desejo da nossa equipe ampliar o circuito para o Porto e Coxipó. Nessa primeira fase estão disponíveis seis lendas do Centro Histórico. No aplicativo, um mapa revela os pontos de visitação”, explica Fernanda.


Ao seu lado, na concepção artística está Jefferson Jarcem, diretor da companhia.


“Foi um grande desafio transpor essas histórias que compõem o imaginário popular de nossa cidade, para o meio tecnológico. Mas certamente que essa é uma medida eficiente para apresentar nossa história às próximas gerações. É uma maneira divertida de aprender sobre patrimônio, história, arte e cultura”.


Segundo Jefferson, um dos pontos mais primorosos do projeto corresponde ao tratamento do som. “O material em áudio em 8D traz várias camadas e dimensões. Captamos os sons da cidade, temos a trilha, as vozes... A experiência é especial e única, porque a narrativa pode se fundir com os sons do momento”.
Exposição
O projeto prevê ainda uma “exposição virtual” dedicada a Dunga Rodrigues, com a curadoria de Naine Terena, Jefferson Jarcem e Fernanda Gandes. No site oficial do projeto, estarão reunidas fotos e poesias, dentre outros itens de acervo composto a partir da colaboração da família, que vive no Rio de Janeiro, da direção do Conservatório Musical Dunga Rodrigues, em Cuiabá e extraídas do site www.familiascasabarao.com.br, organizado pela historiadora Elizabeth Madureira Siqueira.


A curadora explica que o objetivo da exposição é amplificar o alcance da tradição oral das histórias pelas quais Dunga tinha muito apreço.


“Era seu desejo que as lendas fossem mantidas vivas no imaginário popular, sendo reproduzidas pelas próximas gerações. Ela inclusive manifesta esse desejo em um de seus livros, o dedicando às crianças, para que elas celebrem as histórias de seus antepassados”.


Naine diz que a exposição serve de estímulo para que depois deste primeiro contato, as pessoas se aprofundem na sua produção enquanto pensadora da cultura local. Familiares e pessoas que conviveram com Dunga foram ouvidos pela equipe do projeto. “Meu pai, por exemplo, além de vizinho, ilustrou dois livros de Dunga. Estes, ficarão disponíveis para visualização, na aba ‘ilustrações’. Crescemos ouvindo as histórias garimpadas por Dunga. Fui guiada por essa intenção que o Tibanaré tem, de multiplicar esse conhecimento. Nosso trabalho se dedica às subjetividades de Dunga”.


Naine lembra que a Casa Barão de Melgaço salvaguarda acervo literário, com peças reunidas a partir da curadoria minuciosa da historiadora Elizabeth Madureira Siqueira, e que podem ser acessadas no site da Casa.


O secretário de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT) celebrou a inciativa. “Dunga tem uma contribuição inconteste para nossa cultura, principalmente pela diversidade de sua produção. Este projeto promove a integração da cultura e do turismo, potencial que deve ser sempre explorado como via de mão dupla no fortalecimento dos dois segmentos”, diz.
Biografia
Dunga Rodrigues nasceu em Cuiabá, em 1908, e morreu em Santos, em janeiro de 2006. Ela é uma das figuras femininas da cultura mato-grossense do século passado, das mais cultuadas. Por conta da sua inconteste produção literária, conquistou uma cadeira na Academia Mato-grossense de Letras, em tempos em que a instituição era frequentada majoritariamente por homens.


Dunga Rodrigues deu aulas de francês e, principalmente, de música. Promoveu recitais, formou muitos músicos na capital e escreveu diversos livros sobre a cultura e história de Cuiabá e Mato Grosso. Também foi membro do Instituto Histórico e Geográfico do Estado, do Centro de Música Brasileira do Estado de São Paulo e integrou a Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra.


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